Dica Pet- Cães Ativos & Cães Hiperativos- entenda...

A hiperatividade não deve ser confundida com a superatividade (cães bastante ativos), pois é uma doença, muitas vezes de fundo genético, que requer atenção e até cuidados médicos. Veja os sinais da hiperatividade canina, saiba reconhecê-la e diferenciá-la da agitação normal dos cachorrinhos e como lidar com esse problema.

Hiperatividade, ou TDAH, é uma condição genética. É rara e só pode ser diagnosticada por um médico veterinário. Se seu cão parece ser hiperativo, você deve primeiro prestar bastante atenção nos fatores que podem desencadear um comportamento excessivamente agitado, como estilo de vida, seu ambiente e nível de atividade. Muito provavelmente um ou mais desses fatores responsáveis pelo comportamento de "hiperatividade" podem ser mudados, o que significa que seu cão não é hiperativo. No entanto, se não for o caso, o TDAH é uma possibilidade e deve ser tratado.
Cão hiperativo X cão superativo
É natural de algumas raças serem bastante ativas e agitadas, requererem muito exercício, além de estímulos mentais e físicos, do contrário se tornam irrequietos e altamente destrutivos. Esses cães muito agitados, muitas vezes têm seu comportamento confundido com a hiperatividade, no entanto a hiperatividade canina é extremamente rara, e o mais provável é que seu cãozinho precisa de mais disciplina e atividades físicas.
Agitação e superatividade em cães
Adestramento e atividades físicas resolvem o problema da superatividade. Especialmente comum em filhotes, cães superativos precisam de atividades físicas, eles têm muita energia, que, se acumulada, transforma-se em destrutividade e desobediência. Muitos filhotes parecem ser excessivamente ativos, desobedientes e incontroláveis. Isso é normal, é da natureza deles, por isso é necessário que haja um treinamento desde cedo. Filhotes têm muita energia e pouca concentração, assim como crianças pequenas. Filhotinhos podem demorar um pouco para aprender comandos de voz e suas respostas adequadas. Na verdade, eles têm tanta energia e exuberância que mal conseguem se conter durante as sessões de instrução. Por essa razão, a educação de filhotes jovens deve ser feita em sessões de adestramentos supercurtas, de, no máximo, 15 minutos, com expectativas realistas sobre o nível de atenção que pode ser alcançado. Além disso, o adestramento, ou mesmo as lições mais básicas de comportamento, devem ser realizadas de maneira divertida, pois, se não forem atraentes para o filhote, ele simplesmente não vai querer participar daquilo. Os peludinhos certamente vão se cansar e pegar num sono profundo, isso só mostra que eles não são hiperativos, são apenas filhotes sendo filhotes.

Algumas raças, especialmente aquelas desenvolvidas para o trabalho de campo, aparentam estar em movimento infindável. No dia a dia doméstico, esses cães que ficam dentro de casa e passeiam uma ou duas vezes ao dia, podem parecer ter uma energia ilimitada, mesmo quando se aproximam da meia-idade e velhice. Esses cães têm, de fato, altos níveis de atividade, uma qualidade para a qual eles foram originalmente desenvolvidos. A vida cotidiana não é suficiente para esses cãezinhos cheios de energia. É necessário que, com esses cães, os passeios sejam frequentes e bem longos. Brincadeiras de bola e outras atividades, como o agility, certamente resolverão o problema, pois o cachorro vai se cansar, e isso é tudo o que ele precisa: gastar a energia que tem em seu corpo.
Algumas outras raças, que não foram necessariamente desenvolvidas para o trabalho pastoral, Por serem de raças menores, seus donos acreditam que uma voltinha no quarteirão basta como atividade física, e que, após esse exercício, eles podem voltar ao apartamento, onde ficam confinados por horas e horas, muitas vezes sozinhos.

Cães ativos que recebem poucos estímulos praticam pouco exercício e são deixados sozinhos na maior parte do tempo vão desenvolver, sem dúvidas, um comportamento destrutivo. Enquanto estão sozinhos vão roer e arranhar tudo, até se cansarem e dormirem um pouco. Quando o dono chega, aproveitam para pedir a atenção que lhes foi negada o dia todo, parecendo excessivamente ativos. Com relação a esses cães, reorganizar seu estilo de vida para fornecer adequado exercício e entretenimento pode fazer milagres, e o problema da superatividade será resolvido. Basta comprometimento.
Há, também, cães altamente reativos, isto é, que reagem a cada acontecimento ínfimo no seu meio ambiente com extraordinárias explosões de energia. Se ouve passos, algo caindo no chão ou qualquer coisa fora do normal, esse cão vai à loucura, late, pula, cava e sai correndo. Esses cães altamente reativos só precisam de disciplina e calma para entenderem que coisas caindo no chão são normais, uma voz de comando deve bastar para acabar com esse comportamento.

Hiperatividade canina
Hiperatividade canina é uma doença
Ele nunca fica parado, está constantemente em movimento, não se concentra em absolutamente nada, corre e pula a esmo: isso pode ser sinal de um cão hiperativo. Hiperatividade em cães é uma condição médica genuína que é basicamente um diagnóstico de exclusão: precisa-se primeiramente verificar todas as demais possibilidades para só então diagnosticá-lo como hiperativo.
"O cão hiperativo se diferencia do agitado, pois ele não obedece facilmente, destrói as coisas, tem dificuldade de concentração, dorme pouco e ainda é agitado. A hiperatividade está relacionada a um fator genético e também pode se desenvolver ou piorar dependendo da forma como esses cães serão criados." Explica Vanessa Canete, médica veterinária.
Cães hiperativos mostram capacidade de atenção e concentração extremamente pobres e têm altos níveis de atividade motora, mesmo recebendo uma alimentação correta e muito exercício físico, bem como adestramento. Nesse caso, adestramento e atividade física, por maior que seja a quantidade, são apenas paliativos.

Onde quer que estejam, estão sempre pulando, correndo, cheirando e latindo. Só ficam quietos quando estão dormindo – o que fazem bem pouco, e seu sono é leve e agitado – eles podem se contrair muito e ter um sono muito agitado, sonhando e se mexendo o tempo todo. O nível de energia desses cães é de tirar o fôlego, tanto para o cão quanto para o observador.
A agressividade e a constante busca por atenção, combinados a correr em círculos e se automutilar, são sinais clínicos bem clássicos da hiperatividade canina.
Para realizar o diagnóstico, existe um teste que deve ser feito pelo médico veterinário: consiste em dar ao cão um medicamento, sob condições controladas em um ambiente clínico e observar alterações na frequência cardíaca, respiratória e no comportamento. Para um cão com hiperatividade, todos esses parâmetros serão reduzidos.
O perigo da hiperatividade não está nem no incômodo que o comportamento do cão causa ao dono, mas, sim, no mal que ele pode se infligir, esses cães se machucam e costumam se mutilar, são infelizes e não conseguem sequer se alimentar direito.
"Os cães hiperativos geralmente mostram sinais de hiperatividade desde filhotes. São mais agitados, e mais destruidores. Esses cães devem fazer exercícios para ajudar a dissipar a energia acumulada, não podem passar longos períodos sozinhos, jamais devem ser confinados, devem ter uma dieta equilibrada e a castração ajuda a aumentar a concentração para o adestramento, principalmente nos machos." explica Vanessa.
Tratamentos e recomendações para a hiperatividade canina
Cãezinhos hiperativos não devem cruzar 

Por ser uma doença de fundo genético, cães com hiperatividade diagnosticada não podem cruzar.
O tratamento para a hiperatividade vai variar de acordo com o grau em que ela se apresenta. É crucial que esse cão passe por adestramento e tenha acesso a muitas atividades físicas, principalmente as que estimulem sua mente. 
Florais, homeopatia e acupuntura podem ajudar bastante, "Muitos tratamentos de manejo bem como o uso de florais e medicamentos surtem, sim, resposta satisfatória na maioria dos cães." garante a Vanessa.
Em casos mais graves, em que haja automutilação ou um comportamento agressivo e altamente destrutivo, é necessário o uso de medicamento, os chamados tarja preta, "Os remédios alopáticos, ditos tarja preta, somente devem ser usados em último caso, naqueles casos em que o animal chega a se mutilar, quando já se tentou de tudo.", explica a médica veterinária. Nesse caso, quem irá prescrever os medicamentos e as doses ideais é o médico veterinário, mas os mais utilizados são os mesmos usados para tratar o TDAH em seres humanos.
A hiperatividade em cães pode ser contida
Com diagnóstico correto, adestramento, atividades físicas e mentais bem estimulantes e um tratamento adequado, a vida de um cachorrinho com hiperatividade será bastante normal, e seu comportamento será como o de um cachorro saudável.